quarta-feira, 23 de abril de 2014

Por que o “ meu” ... Ao expor nossas coisas para nós mesmos, me veio a sensação do meu eu estar jogado ao solo. Os utensílios que carregamos que usamos tem um valor imenso para nós, como isso é tão grande e necessário um desprendimento da nossa vida como objeto. É como se um poder estivesse impregnado em nossas coisas. Ao tirar as roupas e ver tudo que eu estava usando e levando na bolsa ali naquele lugar, é como se o meu eu estivesse ali, e quando iniciamos a caminhada pela sala tendo todas as coisas despejadas ao solo e podendo observar o que havia de curioso nas coisas dos colegas, naquele momento desprendi as preocupações ao nada e consegui na verdade olhar eu mesma, onde nenhum objeto naquele momento fosse importante ou até mesmo curioso. Senti como se fosse algo de minha rotina, qualquer coisa que estava por ali, ou que eu vesti ao trocar de roupas, relato como algo comum, ao mesmo tempo cuidava com respeito como se naquele momento o que estava comigo fosse meu. Em nenhuma hipótese tive algum pensamento crítico em relação a qualquer colega, ou alguma coisa presente, pois a igualdade estava muito presente naquele ambiente. Aquele momento se tornou tão natural reunido de uma singela estranheza e beleza. E passei a incorporar eu mesma, onde naquele momento nenhuma de minhas buscas ou sonhos pessoais se tornassem mais importantes do que qualquer objeto que estavam expostos na sala. E no final deixei apenas as lágrimas correr pelo meu rosto e curtir aquele momento único vivido ali. Único, simplesmente único Com aquelas pessoas Aquele lugar Aqueles objetos Aquelas roupas

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